“O professor Walter nasceu em Quissamã (RJ), antigo distrito de Macaé, a 18 de maio de 1928 e faleceu em 20 de julho de 2003...Teve uma vida literária intensa. Foi professor, jornalista, poeta, trovador e escritor. Era o polo catalisador das atividades literárias dos outros centros. Para ele convergiam os livros, os artigos, as cartas, os lançamentos de livros, convites de eventos culturais, livros para prefaciar, revisar e as noticias literárias proveniente de todas as partes do Brasil e até de outros países. Era uma espécie de "Embaixador da Cultura"...Foi eleito para a Academia Campista de Letras em 1952. De 1955 a 1957, foi primeiro secretário da ACL. Seus companheiros de diretoria foram não menos notáveis: Carlos Amorim, Jerônimo Ribeiro, Godofredo Tinoco, Álvaro Barcelos. Abelardo Vasconcelos e Henrique M. Caspary. Na ACL, ocupou a cadeira n. 33, cujo patrono é Obertal Chaves.”
(https://www.academiacampista.org.br/post/walter-siqueira-1)
Não poderia deixar de falar e agradecer a quem muito antes de mim, tenha provavelmente observado, do que eu poderia ser capaz. O meu avô, Walter Siqueira.
Não fui a neta mais carinhosa ou amorosa, pois sempre tive dificuldades em demonstrar qualquer afeto, mas ele parecia já saber disso e nunca me tratou diferente ou me cobrou por algo. Parecia realmente me entender...Mais do que eu mesma conseguia.
Lembro-me de brincarmos com a sua máquina de escrever, de folhear seus livros de poemas, trovas, suas enciclopédias sobre os animais, tudo que tivesse na sua pequena biblioteca. "Vovô escreve muito difícil", dizíamos nós, seus netos. Porém tudo era diversão.
São muitas recordações, de São Pedro da Aldeia, dos natais, dos banhos de piscina aos finais de semana com toda a família. E ele sempre paciente conosco, seus filhos e netos, de uma bondade e serenidade que só hoje consigo perceber. Hoje, quando lembro do meu avô, os sentimentos são de amor, carinho e gratidão. Ele sempre teve tanto a nos ensinar...E ensinou!
Vô, não pude te falar pessoalmente, o tempo não esteve a nosso favor, e por isso gostaria de dizer publicamente o quanto sou grata por tudo e o quanto gostaria que estivesse ainda conosco e o quanto sinto falta do senhor nesse momento. Queria tanto suas opiniões, e poder te mostrar pessoalmente tudo que ando escrevendo...Mas sei que está por perto. Obrigada por tudo vô!
Esse breve poema abaixo, escrevi esse ano e sei que meu avô estava comigo. Senti ele ao meu lado, junto de mim. Não são as mesmas palavras dele, tão cultas e rebuscadas, de uma nobre inteligência, mas o sentimento, esse talvez, seja o mesmo. E esse pequeno poema não é meu, é nosso.
Escrever...
(Bia Siqueira Rangel e Walter Siqueira)
Escrevo para aliviar a alma
amortecer os sentimentos
para me desfazer
daquilo que não cabe mais
aqui dentro.
Escrevo sempre para mim
quase nunca para os outros
mas quase sempre sobre eles.
Escrevo para continuar viva
para poder viver a vida
Escrevo para conseguir sentir
tudo que há aqui
dentro de mim
Desculpa por não ter sido a neta que merecia ou talvez esperasse, mas vô, te agradeço por tudo, por todos os ensinamentos que só agora me dou conta. É uma honra ser sua neta.
*Na foto estão meu avô, Walter Siqueira, eu e minha avó, Leila Lopes Siqueira.
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Parabéns Bia, expressar seu sentimento em um poema com sentimento de Amor e Gratidão ao seu Avô, estamos vendo que você herdou dele esse prazer em escrever, parabéns!
Que homenagem linda,estaria orgulhoso dessa neta que segue seu caminho e também tão sensível.Parabéns Bia!!!❤️
Parabéns !
Conheci seu avô qdo eu era pequena e ele namorava a tia Leila. Fui ao casamento deles sem que minha mãe soubesse, pois elas estavam brigadas …
Parabéns por ter herdado o dom da escrita!
Linda homenagem, Bia. Tive a oportunidade de estar com ele em alguns momentos da minha infância, sempre extremamente manso e carinhoso. Parabéns por seguir seus passsos !!
Compartilhei da companhia do teu avô,li livros dele e agora segues o mesmo caminho literários...parabéns sobrinha querida....