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23/10/2025 15:04 | Colunistas
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por Bia Siqueira

Meu querido diário

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Fui convidada por um amigo a fazer parte do time de colunistas deste site. Convite este que recebi com muita honra e felicidade, afinal de contas eu sempre fui apenas uma reles mortal, pessoa comum, sem influência ou cargo importante. Apenas uma pessoa como a maioria de nós, que acorda todos os dias para trabalhar, voltar para casa e ganhar aquele pequeno salário no fim do mês para pagar as contas.
Mas então, me veio esse convite inesperado e por um instante, logo após aceitar, eu pensei: “Sou doida, o que eu vou escrever? Como ser colunista? Não sou colunista.”. E foi aí, ilustres leitores, que descobri o meu pequeno diário. O meu valioso espaço para expor meus sentimentos e sensações perante esse mundo tão conturbado e corrido e por que não, injusto muitas vezes. Essa coluna, tão prestigiosa para mim, é o meu pequeno grande diário. Nela surgirão demonstrações de tristezas e alegrias, saudades, gratidão, amor e talvez até alguns apelos, por quê não? Mas sempre ou quase sempre, lembrem-se, em forma de poemas. Pois é assim que consigo melhor demonstrar o que sinto.
Talvez vocês possam achar alguns assuntos repetitivos, e de antemão já peço-lhes desculpas. Mas é que alguns assuntos ainda me assombram aqui dentro. E cada vez que eles me causam um gatilho ou um mal-estar, eu escrevo, para conseguir aliviar o que ainda pesa em minha alma. E infelizmente ontem tive um gatilho, por isso, logo abaixo vocês podem ler o breve poema que fiz para conseguir segurar e engolir o choro mais uma vez e também para controlar uma possível crise de pânico. Pois é, não leram errado. E não, não tenho vergonha de admitir isso, afinal, nada disso foi minha culpa.

A dor da invisibilidade
(Bia Siqueira Rangel)

Ainda tenho tanto a dizer
que talvez não consiga falar nada.
É que aqui, dentro de mim, ecoa um grito
Um grito que poucos escutam. O de socorro!
São tantos sentimentos que ainda me habitam...
Traumas que ainda me assolam.
Que me pergunto se algum dia, isso tudo
vai realmente fazer parte apenas do passado?
Por que só é passado, quando não dói mais aqui dentro.
E tudo já faz pouco mais de um ano,
e eu continuo levando rasteiras, sem conseguir superar.
Sempre achei solitária, a vida do doente crônico,
mas aí descobri o quão solitária pode ser
a vida de quem resolve não se calar perante um assédio moral.
Aquele o qual senti e passei, e que ainda me faz tão mal.
Ainda tenho muito o que gritar, todavia, às vezes
me falte força e sobrem traumas.
Penso: O que é preciso para que uma empresa
ou instituição faça o que é justo?
Penso em como devem agir para que não confundam
a quem devem realmente proteger?
Me pergunto por que alguém defenderia quem assedia?
E por que outras tantas pessoas se calariam?
São muitas perguntas, das quais não tenho a resposta.
Tenho apenas a dor, essa sim, apenas minha.

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💬 Comentários


ROSIANE RIBEIRO BARROSO SOARES em 25/10/2025 07:22

Minha amiga, tenho o coração cheio de alegria por ver que as decepções não anulam sua coragem. Que te amo, você já sabe!

Leonardo Pires em 24/10/2025 17:03

Parabéns pelo artigo!!!

Pablo em 23/10/2025 18:05

Muito bonito o texto, e mais bonita ainda é sua força de seguir em frente. Tenho muito orgulho de você!