A gestão da ex-prefeita Rosinha Garotinho (2009-2016) em Campos dos Goytacazes é lembrada por uma das medidas mais polêmicas da história recente do município: a chamada “venda do futuro”. Na prática, o governo municipal antecipou receitas dos royalties do petróleo, comprometendo o orçamento das administrações seguintes.
O mecanismo funcionou como uma espécie de empréstimo lastreado nos repasses futuros do petróleo. O município recebeu valores imediatos para custear a máquina pública e manter projetos sociais, mas assumiu uma dívida que impactou diretamente a arrecadação dos anos seguintes. Além do bloqueio das receitas futuras, Campos assumiu também o pagamento de juros elevados, que até hoje continuam a pesar sobre as contas públicas.
O resultado foi um quadro de desequilíbrio financeiro, dificultando investimentos em áreas essenciais como saúde, educação e infraestrutura. Governos posteriores encontraram dificuldades para honrar compromissos básicos e precisaram recorrer a medidas de contenção, cortes de despesas e renegociações para manter o município funcionando.
Especialistas em finanças públicas apontam que a decisão comprometeu a capacidade de planejamento da cidade, criando uma dependência estrutural de receitas que já não existiam mais na prática, pois haviam sido antecipadas. Os reflexos da “venda do futuro” ainda são sentidos, com impactos no crescimento econômico local e na qualidade dos serviços oferecidos à população.
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